sexta-feira, 22 de julho de 2016

CLUBE DE LEITURA DE JULHO

Já com um cheirinho a férias, a sessão iniciou com a leitura do conto Palavras à solta de Ana Oliveira, lido pela própria autora, que faz parte do nosso Clube. 

Conforme nos explicou a escritora, este p
equeno conto que nos fala da pequena Alice que descobriu a magia das palavras numa ida com a mãe a uma livraria, está inserido no livro "Papá, só mais uma..." e resulta dos contos vencedores do concurso Papá, só mais uma... 2015, com vários autores, tais como Ana Amaral, André Russo, Inês Tiil, João Cunha Silva, Quita Miguel e ilustrações de Geandra Lipa.

Passamos depois à discussão sobre a obra Vamos comprar um poeta de Afonso Cruz. O livro, que à partida poderia parecer um conto quase infanto-juvenil, afinal tem uma mensagem bastante mais profunda. Fala-nos da atualidade. Da contabilidade com que se gere a vida. Da quantificação de tudo, até dos sentimentos. E da urgente necessidade de combater essa desumanização com a poesia.

"A poesia, diz-me ele, transfigura o universo e faz emergir a realidade descrita com absoluta precisão da ambiguidade. Nunca li um bom verso que não voasse da páginas em que foi escrito.
A poesia é um dedo espetado na realidade!"

O Clube volta em setembro, com a obra O Nome da Rosa de Umberto Eco. Até lá, Boas férias en excelentes leituras!!
















segunda-feira, 4 de julho de 2016

LEITURA DE JULHO

Leituras indicadas:

  • "Vamos comprar um poeta" de Afonso Cruz
 


Sinopse: Numa sociedade imaginada, o materialismo controla todos os aspetos das vidas dos seus habitantes. Todas as pessoas têm números em vez de nomes, todos os alimentos são medidos com total exatidão e até os afetos são contabilizados ao grama. E, nesta sociedade, as famílias têm artistas em vez de animais de estimação. A protagonista desta história escolheu ter um poeta e um poeta não sai caro nem suja muito - como acontece com os pintores ou os escultores - mas pode transformar muita coisa. A vida desta menina nunca mais será igual…

Uma história sobre a importância da Poesia, da Criatividade e da Cultura nas nossas vidas, celebrando a beleza das ideias e das ações desinteressadas.

  • "Palavras à solta" de Ana Oliveira (Infantil)


Sinopse: Um dia Alice foi com a mãe a uma livraria. Um livro chamou-a porque se sentia só, apesar da companhia dos outros livros na estante. 
O livro queria apenas ser folheado, afagado e também ser lido. 
Alice fez-lhe a vontade e a magia das palavras aconteceu...

 (Pequeno conto inserido no livro "Papá, só mais uma...", contos vencedores do concurso Papá, só mais uma... 2015, com vários autores, tais como Ana Amaral, Ana Oliveira, André Russo, Inês Tiil, João Cunha Silva, Quita Miguel e ilustrações de Geandra Lipa)
 
Destinatários: público em geral
Data: 21 junho de 2016
Horário: 21h00 às 22h00


sexta-feira, 1 de julho de 2016

CLUBE DE LEITURA DE JUNHO

Ontem, pelas 21h00, decorreu mais uma sessão de Clube de Leitura, desta vez dedicada à obra "O Deus das moscas" de William Golding, vencedor do Prémio Nobel em 1983.

Ao ser publicada em 1954, não teve muito sucesso, no entanto, torna-se  leitura obrigatória no ensino, tendo sido adaptado ao cinema em 1963 e em 1990.

É considerado um clássico da literatura do pós-guerra, ao lado de "A revolução dos bichos" ou "O triunfo dos porcos" e o "Apanhador no campo de centeio".

 "O Senhor das Moscas " é um trabalho de filosofia moral. O cenário da ilha, um paraíso com toda a comida e a água necessários, pode ser visto como uma metáfora para o jardim de Éden. Assim, a primeira aparição do “Bicho” seria o surgimento da serpente, como o mal surge no livro de Genesis.
Um dos principais temas do livro é a natureza do Mal. Isto pode ser claramente visto na conversa que Simon mantém com o crânio do porco, que se refere a si mesmo como “O Senhor das Moscas” (uma tradução literal do nome hebraico de Ba'alzevuv, ou Beelzebub em grego). O nome, enquanto se refere aos enxames de moscas sobre si, claramente refere-se ao personagem bíblico.

Embora todas as personagens sejam crianças, não deixa de ser uma alegoria à nossa sociedade, à sua evolução, à escalada de violência e o instinto de tirania, o fomento de mitos para a manutenção do medo e do domínio sobre o outro.

O racionalidade e o humanismo que também fazem parte do ser humano quase que são esmagados para a sobrevivência na selvajaria.

“O Senhor das Moscas” contém inúmeros temas e simbolismos. Qualquer um dos personagens pode representar diferentes papéis na sociedade.


  • Ralph pode representar a democracia, uma vez que ele é o líder por escolha da maioria e tenta tomar as decisões que sejam melhores para todos.
  • Jack podem representar o fascismo, uma vez que é cruel e tenciona controlar a todos na ilha.
  • Piggy pode representar a ciência, uma vez que ele age de modo lógico e é impopular, mas necessário a longo prazo.
  • O coral de meninos que se transforma no grupo de caçadores representaria o exército: eles fazem o que Jack determina porque é melhor para eles estarem inseridos no grupo do que contra ele.
  • Sam e Eric representariam as pessoas que são impressionáveis, e que tendem a não pensar por si próprias. Em diversas partes do livro, seu comportamento imita o dos cães.
  • O "Bicho" representa a propaganda, causando medo por um inimigo nunca visto e usada para unir os meninos ao redor de Jack.
  • Simon representaria a fé e a religião, por ter visões e revelações místicas. Também poderia ser caracterizado como tendo esquizofrenia.
  • Os óculos representariam a razão e a habilidade de se ver com clareza.
  • A concha representa ordem e democracia na ilha.

Outras interpretações consideram não tanto uma alegoria política, mas uma alegoria social. Esta linha de pensamento indicaria que:
  • Ralph representa o governo, a ordem e a responsabilidade
  • Piggy representa a inteligência e a razão, não importando o quão impopular a verdade possa ser
  • Jack representa a barbárie, o lado negro da humanidade.
  • A concha representa a civilização, e quando Jack a abandona, ele rompe as amarras que o prendem ao mundo moderno.
  • O fogo representa a utilidade, um meio para um fim, o qual, quando usado de modo incorreto, se torna um fim em si mesmo
  • O Senhor das Moscas representa o Mal escondido no coração de todos.