quarta-feira, 25 de maio de 2016

CLUBE DE LEITURA DE MAIO

Ontem, pelas 21 horas, na Biblioteca, decorreu mais uma animada sessão do Clube de Leitura, neste mês dedicado  à novela "A morte de Ivan Ilitch"  de Leão Tolstoi.

Através desta leitura pudemos regressar ao século XIX, à sociedade russa na época dos Czars,  assistir de um camarote de um teatro à atuação da famosa Sarah Bernhardt, à vivência de uma personagem central que acaba por sofrer de uma doença prolongada, bem como a atitude daqueles que o rodeiam, até ao desfecho final que culmina no encontro com a morte e por fim a visão da luz.

A morte e a vida, tema recorrente em muitas obras da literatura clássica é nesta curta história de Leão Tolstoi descrita de uma forma sublime e quase cinematográfica.

Garantidamente, foi um enorme prazer ler  Leão Tolstoi.

 
 
 

segunda-feira, 2 de maio de 2016

LEITURA DE MAIO


Sinopse:
O livro começa por narrar o velório. Depois, retorna no tempo para mostrar como Ivan Ilitch, um juiz respeitado, conhece a sua esposa, com quem se casa por dinheiro e pela sua beleza.
Após lhe ser apresentada a proposta de se tornar juiz em outra cidade, Ivan Ilitch compra um apartamento para si, a sua mulher e casal de filhos que têm. Ivan muda-se primeiro e inicia as obras para decorar o apartamento da maneira que lhe agradava, mas cai e fere-se na região do rim.
Neste ponto, Ivan Ilitch acredita ter contraído uma doença - que no entanto em momento nenhum é diagnosticada -, a qual gira sempre em torno de um rim ou apêndice doente. Nesse ponto, a grande alavanca da narrativa é a continuidade da vida ou a morte.
À medida que o tempo passa, o ferimento agrava-se, até que a personagem atinge o ponto de não poder mais sair de casa: quando tenta ir trabalhar, não é mais capaz desempenhar as suas funções adequadamente. Restrito ao ambiente familiar, passa a acreditar que em sua casa vive uma mentira, e que a sua família o esconde dos amigos. O seu único prazer é a companhia do filho, de apenas 14 anos, e de um criado seu, por entender que estes jamais lhe mentiriam.
Ivan Ilitch quer morrer, porque será o término da sua dor e da vida de mentiras em que acredita viver, mas o seu instinto de sobrevivência insiste em fazê-lo lutar pela vida, e ele interroga-se: que tipo vida quer ter? O personagem inicia então um longo processo de busca pelo sentido da vida, durante o qual percebe terem sido poucos os momentos da sua existência que tiveram significado. 
Decisões, buscas, gestos, palavras, tudo respostas a necessidades impostas pelo meio social em que nasceu. Quando está prestes a morrer, ele despede-se da família.


«Este livro tão breve, uma das maiores obras-primas do espírito humano, tem sido, desde a sua publicação, um motivo de controvérsia para a crítica: trata-se de uma obra sobre a morte ou de uma obra que nega a morte?»
António Lobo Antunes



«Reparem no que Tolstoi faz com as palavras e como nos retrata, de corpo inteiro, no mais íntimo de nós mesmos».
In prefácio de António Lobo Antunes

6 livros com menos de 100 páginas:
http://www.vereficar.com/6-livros-com-menos-de-100-paginas-que-o-publico-devia-conhecer/









Lev Nikolayevich Tolstoi, mais conhecido em português como Leon, Leão ou Liev Tolstoi (Yasnaya Polyana, 9 de setembro de 1828 - Astapovo, 20 de novembro de 1910) foi um escritor russo.
Além de sua fama como escritor, Tolstoi ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias contrastavam com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza.
Junto a Dostoévski, Turgueniev, Gorki, Tchecov, Tolstoi foi um dos grandes mestres da literatura russa do século XIX. Suas obras mais famosas são "Guerra e Paz", sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e "Anna Karenina", onde denuncia o ambiente hipócrita da época e realiza um dos retratos femininos mais profundos e sugestivos da Literatura.
Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples.




Let's look at... a trailler

Ainda sobre a biografia de Tolstoi, há um filme (disponível na Biblioteca) que, para além de ser lindo e comovente, fornece-nos muita informação sobre a última fase da sua vida.



Chama-se  “A Última Estação”, é sobre a vida de Lev Nikolaievitch Tolstoi (1824—1910), de Michael Hoffman e reconstitui o último ano da vida do autor de Guerra e Paz e Ana Karenina, baseado no livro de Jay Parini.



Sinopse:


1910. Yasnaya Polyana é propriedade de Leon Tolstoi (Christopher Plummer), no entanto ele rejeita a propriedade privada e defende a resistência passiva. Por isto, apesar de ser um dos maiores escritores do mundo, alguns o vêem como algo maior, um santo vivo. Já bem idoso vive lá com Sofya Andreyevna (Helen Mirren), sua esposa. Tolstoi centra a atenção em espalhar sua doutrina com o seu melhor amigo, Vladimir Chertkov (Paul Giamatti), que funda o movimento mundial tolstoiano, cujo quartel general fica em Moscou. Lá Chertkov entrevista Valentin Bulgakov (James McAvoy), que, apesar de ter 23 anos, ambiciona ser o secretário particular de Tolstoi e consegue o cargo. Como Chertkov está impedido de ver Tolstoi, cabe a Bulgakov ir até Yasnaya Polyana e servir de ponte entre Leon e Chertkov. No caminho Bulgakov para em Telyatinki, uma comuna tolstoiana criada por Vladimir Grigorevich como centro do movimento. Lá todos são iguais, seguindo os ensinamentos de Tolstoi. No dia seguinte, Bulgakov chega em Yasnaya Polyana e sente logo que Leon e Sofya divergem bastante. Apesar dela não exigir ser chamada de condessa e Tolstoi, obviamente, não querer ser tratado como conde, há um ar aristocrático em Sofya, que há anos não aceita os objetivos do marido, desde que seu trabalho como novelista se tornou secundário. Após algum tempo, Chertkov vai até Yasnaya Polyana e fica claro que ele e Sofia se suportam (na melhor das hipóteses), pois ela acredita que existe um novo testamento, no qual seu marido cederia seus bens (inclusive os direitos autorais de seus livros) para o movimento mundial tolstoiano.


CLUBE DE LEITURA - ABRIL

Ontem, pelas 21h00, decorreu mais uma sessão do Clube de Leitura para a abordagem da obra "A quinta dos animais" ou "O triunfo dos porcos" de Eric Arthur Blair, sob pseudónimo de George Orwell (1901-1650), romancista, ensaísta, político e jornalista.

Foi consensual entre todas, que esta obra publicada em 1945, escrita durante a Segunda Guerra Mundial, continua a ser de uma atualidade impressionante, perante os acontecimentos mundiais que nos surgem diariamente, numa escalada desenfreada pela instalação no poder e a tirania.

Orwell relata-nos a história de uma revolução entre os animais de uma quinta e o modo como o idealismo foi traído pelo poder, pela corrupção em pela mentira.

Os personagens da fábula não ultrapassam os limites da quinta que simboliza o regime soviético, enquanto as demais quintas, que representam as democracias capitalistas, a história é de humanos e não de animais, e escapa ao livro.

Trata-se de uma crítica aos regimes totalitários, neste caso concreto, ao regime soviético, visto que o autor seria trotskista, divergência que iria marcar a sua conduta e de muitos outros.

Para melhor compreender esta fábula é necessário entender o percurso de vida do escritor nascido na Índia e que com apenas um ano veio para Inglaterra. Nutriu simpatia pela causa anarquista, foi combatente voluntário do lado republicano na Guerra Civil Espanhola, de tendência trostskista, contrário ao totalitarismo soviético e apologista do socialismo democrático.

Está entre os 50 maiores escritores britânicos desde 1945, que com a sua inteligência, perspicácia e um grande sentido de humor continua a ser admirado como visionário também.