terça-feira, 29 de julho de 2014

LEITURA DE SETEMBRO

Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto e dezembro), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado. 

A próxima sessão será no dia 25 de setembro, entre as 21 e 22 horas e foi escolhida a obra "Quem me dera ser onda" de Manuel Rui, livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, destinado a leitura autónoma. 


Excerto
"Na família Diogo cada vez mais se desenhava diferença de atitude em relação a Carnaval da Vitória. Os dois miúdos tratavam o porco como membro da família. Limpavam o cocó dele, davam-lhe banho e, todos os dias, passavam nas traseiras do hotel a recolher dos contentores pitéus variados com que o bicho se jiboiava. O suíno estava culto, quase protocolar. Maneirava vénias de obséquio com o focinho e aprendera a acenar com a pata direita, além de se pôr de papo para o ar à mínima cócega que um dos miúdos lhe oferecesse na barriga. Pai Diogo aferia o porco de maneira diferente. Para ele era tudo carne, peso, contabilidade no orçamento familiar..."  

Quem é Manuel Rui?  
Nasceu no Huambo, Angola (1941) e reside em Luanda.
Estudou Direito em Portugal, onde exerceu advocacia.
Participou activamente na vida cultural e política de Angola no período que se seguiu à independência daquele país.
Tem várias obras publicadas e traduzidas para diversas línguas, entre as quais a famosa novela "Quem me dera ser onda". Outros títulos publicados pelos Livros Cotovia: "Regresso Adiado", "Crónica de um Mujimbo", "Rioseco", "Um anel na areia".


segunda-feira, 28 de julho de 2014

CLUBE DE LEITURA DE JULHO - SESSÃO EXTRA

À varanda…
 -“ À varanda”. Palavras injustas para dizer o que fez o Clube de Leitura, no serão do dia 23 de julho…
- …porque estivemos à varanda, sem estar à varanda!
- Entendamo-nos:  se ler um livro é estar à varanda já que, serenamente, saboreamos o horizonte visível e não visível, então estivemos à varanda…
- Mas não estivemos, de facto, à varanda. Essa é a verdade!
- Entendamo-nos! Estivemos à varanda com o Homem duplicado, com Saramago, com Denis Villeneuve… foi isto afinal o que aconteceu… 
- Mas não estivemos, de facto, à varanda…. bolas!
- Mas, se ler um livro é estar à varanda com outras linguagens artísticas, é verdade que fomos ver o Enemy, portanto, estivemos à varanda, e percecionamos, pelo filme/livro que a mente, nos seus enredos, ilusões, fobias, nos duplica  e/ou nos transfere para uma vida outra, distante da rotina cíclica do quotidiano, percebemos, através do  filme, que Fernando Pessoa tem razão quando diz “Tudo o que sonho ou passo,/O que me falha ou finda,/É como que um terraço/Sobre outra coisa ainda./Essa coisa é que é linda.” “Terraço” e “varanda” são quase sinónimos, então, a vida é isto: É ESTAR À VARANDA! Saltar da varanda… Estivemos à varanda, estando  à varanda!
- À varanda, sem estar à varanda…irra! Foi isso que aconteceu!
- Continuemos! O jantar também foi à varanda. Dele víamos hortas tratadas com um carinho inexperiente, mas perícia douta, víamos as árvores da nossa infância que ainda trazemos plantadas em nós e que nos dão dióspiros, cerejas e flores de pessegueiro… discutimos sobre o perfeito equilíbrio ambiental que não prescinde das famílias de insetos e das  ervas daninhas,  fazendo amontoar, a um canto, os utensílios  da faina agrícola, entusiasmadamente adquiridos numa loja da especialidade. Serenamente, nesta varanda, recordámos os nossos colegas leitores e jurámos que não iam acreditar que tivéssemos estado à varanda!
- Não estivemos à varanda, efetivamente! As metáforas, as metáforas!...
 - Fomos colher uma evidência. Com ar de quem tinha estado ao ar fresco da varanda, no UCI, solicitamos autorização para tirar uma fotografia com o cartaz do filme.
- E então, tivemos oportunidade de estar à varanda com Jake Gyllenhaal! Aqui está a fotografia, em pose de quem está à varanda! Até que enfim!...
 - Conclua-se, no entanto, que estar à varanda é altamente perigoso: podemos cair abaixo da paisagem!
- Aconteceu!
- Agora digo eu: aconteceu sem ter acontecido!!!
- Até que enfim!
-Decidimos trazer o cartaz do filme, desafiando leis de Einstein e Arquimedes, com a nossa sustentável leveza de cálculo feminino.
-Erradas as contas e as medidas…
- … e anulada a possibilidade de o vento nos ajudar em transporte sobre o tejadilho,  deixámos o cartaz emoldurado na grelha de suporte de carrinhos de compras, no parque de estacionamento do Arrábida Shopping… certas de que seria uma varanda para muitas interrogações e especulações! Mas …é tão bom estar à varanda!
- Quando se está, de facto, à varanda!
- Estaremos à varanda com outros livros… E, sendo a leitura e a varanda um espaço ficcional e virtual, há sempre lugar para mais um …livro, leitor, whatever!!
- Quando te cansares de estar à varanda, vem para dentro! Fecha o livro e a porta!... Até amanhã!
Cristina Marques








quinta-feira, 10 de julho de 2014

LEITURA DE JULHO

Em julho, dia 23, haverá uma sessão extra do Clube de Leitura. 
Desta vez será fora de portas. A obra em leitura é "O homem duplicado" de José Saramago e aproveitando a adaptação desta obra ao cinema com o filme "Enemy" pelo realizador Denis Villeneuve (com os atores Jake Gyllenhaal, Mélanie Laurent, Sarah Gadon e Isabella Rossellini), os membros do Clube vão deslocar-se ao Porto.
Quem se quiser juntar, será muito bem-vindo!